Nova Diretoria da TELEBRASIL quer uma entidade com a força de 7% do PIB e a voz do segundo maior investidor do País

Empossada em 7 de junho último, a nova diretoria da TELEBRASIL – Associação Brasileira de Telecomunicações, para o triênio 2008-2011, nascida sob os auspícios da banda larga, tem 11 membros (nove são CEO das operadoras) presididos por Antonio Carlos Valente (CEO da Telefônica). A TELEBRASIL planeja ser a grande associação representativa de um setor essencial para o País. Internamente, vai reforçar as forças da convergência, agindo externamente junto ao Governo, à sociedade e aos formadores de opinião. Saiba mais sobre esta evolução, lendo esta matéria.

A nova diretoria estatutária da TELEBRASIL, para o período de junho de 2008 a junho de 2011, é constituída pelo presidente e vice-presidente eleitos, respectivamente, Antonio Carlos Valente (Telefônica) e Mario Cesar Pereira de Araujo (TIM); e pelos diretores Amos Genish (GVT), Carlos Duprat (Ericsson), João Cox (Claro), José Formoso Martinez (Embratel), Luiz Alexandre Garcia (CTBC), Luiz Eduardo Falco (Oi), Ricardo Knoepfelmacher (Brasil Telecom), Roberto Lima (Vivo) e Silvio Vince (Abeprest).

Ao todo são 11 membros e líderes empresariais em mais alto nível. Do total, nove são CEO – chief executive officers (presidentes executivos) – das principais empresas prestadoras de serviços de telecomunicações. Na nova diretoria, a indústria de serviços será representada pela Abeprest – Associação Brasileira de Empresas de Soluções de Telecomunicações e Informática – e a de equipamentos, pela Ericsson, uma fornecedora de soluções.

Para registro histórico, a eleição por aclamação do presidente e do vice-presidente pelo Conselho de Administração da entidade, bem como o anúncio dos membros da nova diretoria, ocorreu no dia 4 de junho deste ano, na Costa do Sauípe (BA). No mesmo dia, oconteceu a abertura solene do 52º Painel TELEBRASIL, realizado naquela localidade.

Como de praxe, a posse oficial da nova diretoria se deu por ocasião da sessão de encerramento do Painel, no dia 7 de junho. Na ocasião, em nome das associadas, o novo presidente, Antonio Carlos Valente, agradeceu o excelente trabalho efetuado pela gestão anterior. Continua na presidência do Conselho Consultivo Hélio Marcos Machado Graciosa (CPqD). A continuidade de um processo foi mantida, com a permanência de Antonio Carlos Valente e de João Cox na nova diretoria, ambos oriundos da gestão anterior.

Entidade condizente com peso do setor


Conjunturalmente, hoje há um leque de associações que representam interesses específicos das telecomunicações, como serviços fixos, celulares e outros. Isto tende a pulverizar a ação política e institucional do setor privado, que, por delegação do Estado, presta serviços de telecomunicações para a população. O setor de telecomunicações brasileiro, além de ser um grande criador de empregos diretos e indiretos, é o segundo maior investidor do País (depois da indústria petrolífera), com aportes anuais, normais, da ordem de R$ 12 a 15 bilhões.

Nos planos da TELEBRASIL, revelados em coletiva à imprensa pelos seus presidentes entrante e sainte, respectivamente, Antonio Carlos Valente e José Fernandes Pauletti, a Associação Brasileira de Telecomunicações “quer expressar as opiniões convergentes de um amplo espectro de interesses ligados às telecomunicações”. Com isso, a entidade se capacita a representar um setor de pujante expressão econômica – cerca de 7% do PIB – junto ao Governo, à sociedade e aos formadores de opinião.

“À semelhança de outros setores econômicos, com suas entidades representativas como a Abdib (infra-estrutura e indústria de base) ou a Anfavea (veículos automotores), a TELEBRASIL passa a ser o candidato natural para desempenhar papel semelhante”, disseram os executivos, acrescentando ainda quê:

“Medidas governamentais, como para desoneração fiscal ou incentivos para grandes programas, tais como para o de banda larga, são obtidas em competição com as demandas de outros segmentos economicamente poderosos e estruturados. O setor de telecomunicações precisa ter uma entidade à altura desse desafio”.

Conceitualmente, a TELEBRASIL conviverá com as associações e entidades que têm razões para existir, sendo a idéia criar um ambiente de “laboratório” para discutir assuntos comuns. Ao trabalhar em conjunto e ao promover uma integração de maneira adequada, pode-se vislumbrar para o futuro, numa evolução natural – e se assim for o desejo dos participantes –, a existência de uma grande associação representativa da convergência e de um forte segmento econômico essencial para o País.

A TELEBRASIL tem se distinguido, historicamente, pelo seu ambiente democrático, sabendo congregar em torno de objetivos comuns um grande número de atores diversos. Como uma de suas diretrizes, a entidade promoverá o crescente encontro de diversos segmentos existentes no mundo das comunicações. Não seria realista para a Associação ignorar, por exemplo, a importância para as telecomunicações dos segmentos de informática, de software ou da indústria de instalação. Outro desafio para a Associação será sua capacidade em conviver com novos e velhos protagonistas contribuindo para forjar o futuro das comunicações em nosso País.

O fato de empresas do setor como a Embratel, que mantém uma associação com a NET e a Telefônica com o grupo Abril, abre janelas para estender o entendimento da Associação para novos segmentos. “Quanto à radiodifusão, suas empresas não são associadas da TELEBRASIL, mas nós esperamos que venham a sê-las, e o convite permanece sempre em aberto”, comentou José Fernandes Pauletti, presidente da entidade que passou a faixa a Antonio Carlos Valente, na Costa do Sauípe (BA).

Um projeto poderoso

Segundo o novo presidente, Antonio Carlos Valente, cujo currículo pessoal e profissional lhe confere autoridade e uma ampla visão do setor, “o projeto da nova gestão é que líderes empresariais (presidentes de empresas) irão discutir em alto nível as propostas convergentes e estratégicas do setor das comunicações”.

Outro objetivo da Associação é que segmentos como o de computadores e da indústria de software, que fazem partes das redes e de equipamentos que estão no ambiente do usuário e que, assim, passam a ficar integrados ao mundo das telecomunicações, venham participar da TELEBRASIL.

Em nível mais técnico e operacional, serão criados na TELEBRASIL Comitês e Câmaras Setoriais, a exemplo de outras associações fortes que trabalham e produzem resultados dentro de seu âmbito institucional. Haverá um Comitê de “Operação dos Serviços”, onde uma série de temas serão discutidos. Outro será o de “Ação Cidadã”, congregando a responsabilidade social do setor. Haverá também um de “Equipamentos e Serviços”, com a participação ampla de um grande número de pessoas para resolver problemas nessa área.

Quanto às Câmaras Setoriais, a TELEBRASIL prevê a criação de uma “Câmara para Soluções de Controvérsias” e outra para “Direito de Telecomunicações” que possam trazer sugestões a serem levadas ao Poder Público.

Finalmente, caberá à Associação – cujo nome começa pelo radical “tele” – empunhar de modo definitivo a bandeira da convergência, ao promover a integração entre diversos atores, industriais e de prestações de serviços, tornando essa ação muito mais visível e reconhecida pela sociedade. No entender do novo presidente, Antonio Carlos Valente, ele próprio um hábil solucionador de conflitos, serão várias rodadas com muitas reuniões envolvendo os líderes empresariais do setor para se chegar a um modus operandi para a Associação.

Como ponto positivo, destaca-se o fato de que, ao terem sido convidados e ao aceitarem participar da direção da TELEBRASIL, os líderes empresariais demonstraram a sua vontade e o seu interesse no objetivo maior de criar uma entidade que possa chegar a propostas comuns e ter uma interlocução eficiente com o Governo.

Sob o signo da banda larga

“Estou, aqui, para buscar essa articulação e esse entendimento”, postulou Antonio Carlos Valente, admitindo que podem até existir divergências, mas que as convergências são em maior número e que estas deverão prevalecer. Um fator conjuntural positivo para a TELEBRASIL chama-se “banda larga”, para a qual todos os operadores estão engajados e que tornou-se também para os decididores governamentais uma prioridade nacional.

Em relação à questão tributária, por exemplo, ela já é objeto de uma grande convergência, ainda que o setor não tenha tido a capacidade de mobilização de que necessitaria. Outro item que congrega o setor é a questão dos fundos setoriais (Fust, Fistel) que são recolhidos e não aplicados como previstos. Na área de equipamentos, há o desafio de como desonerar a cadeia produtiva para que o usuário possa ser beneficiado. Em termos práticos, a TELEBRASIL deverá estudar tais problemas e levar às autoridades competentes pareceres e proposições de caráter técnico para a sua solução.

Quanto à questão dos sindicatos patronais, federação e confederação, eles representam uma outra linha de ação e que quase todos setores possuem. No caso do SINDITELEBRASIL, da FEBRATEL e de outros sindicatos, tratava-se de uma massa de recursos que o setor recolhia obrigatoriamente para entidades sindicais fora do setor e que agora passaram a integrá-lo. As linhas de ação da área sindical patronal e da TELEBRASIL serão convergentes.

TELEBRASIL

A TELEBRASIL – Associação Brasileira de Telecomunicações é uma entidade civil cuja missão é congregar os setores público e privado das telecomunicações brasileiras visando à defesa de seus interesses e desenvolvimento técnico, econômico e social. A atuação da TELEBRASIL está direcionada a todas as pessoas geradoras e usuárias dos serviços e produtos de telecomunicações.

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